Santarém festejou em grande o final da Segunda Guerra Mundial. Para agradar a todas as partes, Salazar decretou luto nacional pela morte do líder nazi, mas convocou também manifestações de apoio à vitória aliada
Santarém foi uma das cidades portuguesas onde se realizaram manifestações populares pelo final da II Guerra Mundial no dia 8 de Maio de 1945.
Com a rendição alemã na primeira semana de Maio de 1945, terminava na Europa um conflito iniciado em Setembro de 1939 com a invasão da Polónia. Apenas três meses depois, em Setembro, após a capitulação japonesa, terminaria de vez.
Apesar da neutralidade declarada cedo por Portugal, em 1939, o governo do Estado Novo fez questão de manter até ao final da guerra a velha aliança luso-britânica, ainda hoje apontada como o mais antigo laço diplomático do mundo em vigor, após ter sido instituído no distante século XIV.
Num gesto que gerou protestos internacionais, o executivo chefiado por António Oliveira Salazar - que acabou por apoiar britânicos e americanos, após ter mostrado inicialmente simpatia pelos regimes fascistas - decretou luto oficial de três dias pela morte de Adolf Hitler, dois dias após o suicídio do ditador nazi em Berlim, a 2 de Maio de 1945. Isso não impediu que tivessem sido igualmente organizadas por todo o país manifestações populares que saudavam a vitória das forças aliadas. Santarém não foi excepção.
Festa na cidade
Entre diferentes bandeiras de países aliados que lutaram contra as forças do eixo (Alemanha, Itália e Japão), muitos manifestantes que saíram para as ruas de Santarém empunhavam igualmente imagens e cartazes dos monarcas do Reino Unido da época, Jorge VI e Isabell II, do primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, ou do general Bernard Montgomery, militar e estratega britânico.
Para além da presença da muito afamada banda de música dos bombeiros locais ou dos estudantes do liceu devidamente trajados, deu também nas vistas uma jovem que começava então a ser conhecida em todo o país como exímia instrumentista. Chamava-se Eugénia Lima e animou com o som do seu acordeão a multidão que encheu as apinhadas ruas do centro histórico de Santarém. Carlos Quintino
Fotos da colecção de Mário Lázaro
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