Morreu ontem, 26 de Maio, aos 84 anos, o fotógrafo Mário Lázaro, antigo proprietário dos Estúdios 41, em Santarém, e um dos colaboradores do Eu GOSTO De SANTARÉM desde a primeira hora, tendo disponibilizado parte do seu vasto espólio fotográfico.

Mário da Graça Silva Lázaro nasceu em Tremês, no dia 7 de Abril 1937. A família mudou-se para Santarém quando tinha cerca de seis anos. Filho de um funcionário da Câmara Municipal, o pai foi um dos guardas responsáveis pelo jardim Portas do Sol, após ter sido empregado de uma conhecida adega de vinhos, onde trabalhou mais de 25 anos. A mãe, além da lide doméstica, executava ainda ocasionalmente diversos trabalhos de campo e na lavoura.

Mário teve o primeiro contacto com o mundo da fotografia quando familiares o indicaram a Diniz Ferreira, dos Estúdios Novarte, em Santarém, para onde entrou como marçano com cerca de 13 anos. Aí se manteve até ser chamado para cumprir o serviço militar, em Tancos, no Concelho de Vila Nova da Barquinha.  

Dois anos depois, livre do exército, recebeu um convite de uma casa de fotografia da Nazaré, onde se iniciou como profissional. Regressou a Santarém alguns meses depois para trabalhar nos estúdios da família Grandela Aires, onde dizia ter aprendido praticamente tudo o que sabia da arte da fotografia, desde o aperfeiçoamento em estúdio, até à própria revelação de imagens, numa altura em que o papel era rei no sector da fotografia.

Mais tarde, a convite do antigo colega e também fotógrafo, Henrique Lopes, firmaram uma sociedade e abriram uma nova casa num primeiro andar no número 41 da Rua Guilherme de Azevedo, uma das principais ruas do centro histórico de Santarém, mesmo em frente ao então muito concorrido Café Central.

Para além dos serviços habituais: casamentos, baptizados e outras festas, Mário Lázaro colaborou também com a imprensa local e nacional. Em Maio de 1980, a propósito da Feira do Ribatejo, o jornal Primeiro de Janeiro editou um suplemento de 20 páginas totalmente dedicado a Santarém, onde todas fotos eram da autoria de Mário Lázaro.

Os Estúdios 41 funcionaram durante 34 anos, até ao encerramento, em 2007. O fechar de portas não trouxe a reforma, Mário Lázaro nunca pousou a máquina e continuou a trabalhar enquanto a vista o permitiu.